José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos

A Pele do Tempo
A medida das coisas são tomadas com o tempo:
A peça de medir são os olhos; a maneira de sentir é a pele.

Se você não vê, enxerga pouco, é o sinal dos tempos!
Não se assuste,se agrave!

A pele que você carrega pode ser a minha.

Pode também ter sido de alguém. Esta maneira de aprender a gostar é difícil de entender e explicar.

Mas a pele é o termômetro de tudo. Se você a tem, já é um início.E se tem tempo, melhor ainda. Juncou dores e anseios!

Às vezes você gosta não gostando, ama sem olhar,
se perde no meio de si mesmo, cheio de perguntas
e poucas respostas.É a bravura dos homens das estrelas que só resplandem à luz do sol.

Nada mais interior do que o ser. O ser profundo:
aquele que vaga dentro de si mesmo a procura de tudo que pode lhe valer uma vaga entre os indecisos ou passivos
de alma.

Ninguém é tão importante que não suporte uma dor.
Outros sim, alguns não. Mas todos, ao roçar da pele e do tempo
conseguem o esplendor de si mesmo ou sua derrota interior.

Tenho dois pares de sapatos, uma gaveta cheia de fotos amareladas, uma montanha de luxo e uma flor em minha pele..

Me atiço com as coisas sem sentido enquanto saboreio
meu prato do dia: meia garrafa do melhor uísque enquanto folheio jornais imaginários que só dizem que a melhor coisa é a melhor de todas as coisas é a chega.

Experimente esperar alguém: você fica à flor da pele e ilumina com milagres o seu tempo!

Por isso, digo ao meu amigo do lado: faça de sua vida
um pedaço de tudo: reúna todas as coisas boas ou más, que tenham passado ou apenas começado, e remoe cada uma num conjunto que o faça feliz.Afinal, é sua pele.Afinal, é seu tempo!

E falando em felicidade só há duas no momento que são pujantes:

a primeira
começa ao raiar do dia quando você defronta a manhã e sente que tudo já passou e o o sonho da noite foi apenas passageiro.

a segundo,
de classe especial, você vive toda sua vida num só momento.É quando sua pele mostra sinais de cansaço,ardor,chameado de anseios.

É o privilégio dos desesperados.

Faço da rede meu campanário e, de longe, sentado, na minha varanda de inverno, vejo de longe alguns humanos agendando o dia enquanto outros brincam de viver, de maneira portátil, na minha rua fornecedora de amores avulsos.São peles à mostra.

E sabe, pego meu guardanapo, meu telefone, e me alastro de um lado para o nada e para o outro um arranjo especial: uma orquestra que toca infinitos, enquanto, penso eu,

Mas que diabos tô fazendo aqui?

Sou apenas homem sem pele, de meio-adeus!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 17/04/2006


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