A Mágoa Não Espera
é profunda a
dor da tristeza: bem comparada, à raios e trovões que atravessam o espírito azedo. com certeza. triste é não ser, ou ser metade, é compreender por partes. com vontade, sem artes! sou triste de berço, fui criado sem laço, mas com erro. foi tudo muito em riste, fato que me comparo às vigas de flores sem espírito. a um mata-borrão sanzonal e de pouco clarão. hoje, balanço o berço vazio, sem procissão, à sombra de reis, fato esse que de triste me lanço. sou assim, sem vanguarda e sem ouvidor, na rua me chamam de sozinho, e, todo o povo, de armarinho de mágoas, bem alagadas. se assim sou, parto e já vou. do triste se espera pouco, a não ser um pouco de louco !
José Kappel
Enviado por José Kappel em 01/05/2006
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