Ah! Desdemonus!
O tempo é meu companheiro
de voltas em redor de meu espaço, às voltas com minhas coisas tortas. Se digo isso desabafo de peito aberto e escorrido de choros de mel, tudo por causa do tempo desfeito. Ah! Zebedeus de minhas horas! Afasta-te! Que faço,enlaço? Que faço no percalço, desabo no sábado, perco a voz, e tomo lá meio tom de aguardente da roça? Essa vida é gosada, prega na gente a vontade de viver. Finca tal estaca às horas de levitar entre os amados beijos e doces tâmaras de abraços. Engano seu. Já possuo escola e sou vesgo de idade. A vida não é só isso não, é mais do que um senão, que, quem entendê-la, pode até fazer um sermão - de todo quase santo - mas de parte, fazenda de desilusão. E lá lá vai passando um morto... Moço bom que coquistou a corte mas se foi torto. Benza, Faria, salta lá a tal pinga de Desdemonus!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 04/06/2006
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