Alado Amor
feri sem querer,
feri o vôo da garça, o tempo do nada, o proveitos das flores. feri sem querer e feri tudo. batia sol, em nuvem, dançava a lua. me perdi por dizeres da carne. e fui pra outra parte; a que dói mais, de mais famigerada cor: a plena ausência tudo por outra, avalanche de potros, descambos de lanche em pleno escombro. hoje, ela veio tudo a saber. fui crucificado no aço da vida, e perdi a quem mais alado amor queria. hoje,sozinho, sei que nada sobrou, nem dos campos, variante dos poucos sonhos. o pouco de mim feriu a outra e ainda paguei alguns vinténs. azar falido! azar dos demóclides!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 18/06/2006
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