Achando Amor
De todas as perdas,
há uma que é a perda fatal. De todas elas, é a que mais verga, entre os limbos da saudade nesta história de todo amar. A gente vai se entregando, como o verdugo que vende suas frutas, tudo em nome do amor eterno, tudo em nome do estar amando. Mas, meu caro leitor, impávido companheiro, se um dia se entrega como estrêla estonteante pode acabar vergueiro dos homens solitários e cheios de dor. Assim, foi comigo: um dia me entreguei de todo da cabeça aos pés; só existia um nome e um espírito de nome Maria. Mas um dia Maria fugiu do minhas roupas,, indo sentar-se no colo de outro amor - talvez vazio - não o julgo! E fiquei eu entre quatro cadeiras de ninguém, entre a terra e a lua, num dia sem sol, num dia sem lastro. Hoje, vivo sozinho e, quando pergunto ao povo: - Cadê Maria? Dizem, augustos, os logos: tá nos braços de outro pois lá achou todo amor !
José Kappel
Enviado por José Kappel em 02/07/2006
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