Acácios da Vida
Tudo por nada de passar,
nada em troca. Nada por alguma coisa. Tudo para apaziguar o andar. Fui a festa do rei e só encontrei camas! Cama de deitar, de sentar, cama que anda prá outra cama, vigor de amas! Tragam mais camas! E, curioso, perguntei, a um pajém descansando, do porquê de tantas camas, seria solidão de beira? O homem, mascado de armaduras, me disse sonolento, e pedindo por uma cama de dormir, e falou, constrangido: é evolução do disse-me-disse é avanço dos precavidos de sexo, peso natural da idade que está sempre indo. É o rei: cada dia ele dorme bem, com uma outra rainha. Rainhas não dormem sós, em nenhuma cama, e mesmo - vá lá - mesmo sem ama, sem cama, sozinhas não dormem não ! E me disseram que mulher é igual a uma rinha! Atiças,caridosas, mas sempre pensando na noite da cama no estrado,bem escuro, orgulhosas! Mulher não gosta de deixar o sobretudo prá outra. Mulher, formosa e bela, não gosta do gosto da outra. Não tem elo ! Mas gosta de saber se o que você faz na cama dela, você faz com outra! Dentro, e até na beira da cama, rainha que é rainha não dorme só na mesma cama, pois em último caso até eu passante, sou jogado na cama, prá provar que nos castelos da vida mulher não dorme só, não senhor! E Acácios da vida! Se tiverem lá tempo, mostro eu o que se passa na noite da rainhas: muito, muito,muitos lenços prá lavar! Pois homens há, que se requebram pra lavrar!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 11/07/2006
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