Amiga
Voraz coragem,
eis o que não me rareia, cedros e muros de puro medo, eis o que me sobra. De um lado, sem sombras, me abato às figueiras pomposas, e lembranças as quais batizo, em pleno sol morno de outono, sem festas de rainhas, me plaino, descalço, ao no desafinado ano de 1800. Rara fuga dos covardes no absinto da cor: me volupeio no corcel e me rendo, indefeso, às rendas e imprecisas verdades, - verdades tontas - calço dos deuses, e que me acalentam suspiros de dó: um mundo só, que só roda prá seu lado: foi o que recebi. Ah! vã esperança de conquista neste aval de memórias semi-mortas! Cá estou eu, avelado às macieiras cujo maior evento é querer seus lábios em aviz e mármore puro, mas quanto acalenta ! Cá estou eu,dissipado, algoz e dissidente com puro medo de voltar a perambular pelo teu corpo e voltar a gostar. E por favor, no amiscar do sol, não se lembre mais de mim, e, nunca, augusto, - rei dos césares - nunca me deixe!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 11/09/2006
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