Águia Sem Pouso
Águia Sem Pouso
Águia sem Pouso no princípio ficou tudo claro, no fim, só acertamos o rebarbo. ficaram tediosos os alvos dias, sem ao menos saber de quem eram. meia-sorte de quem é dono dos dias é também dono de toda a vida e da imensa morte ! se donos tinham eram, ora! dos bentos! dias meus! dias seus! e todo me pergunto: que fase é essa que só me perco dentro de mim? igual à lilases, sem nascer ! de tudo que restou, de pronto, ficou pouco. um par de roupas, quinquilharias de homem, e uma dor sofrida que dela sobrou, na terra lenta, sou de lastro, e lá sou apelidado de cata-vento! e, ainda, sendo lá um dos menos. E roda pra cá, e vira pra lá. hoje, apenas restou a imagem, minha e dela, que nem o basto espelho gostou ! virei águia sem pouso, virei guia dos poucos !
José Kappel
Enviado por José Kappel em 27/09/2006
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