Proveito das Flores
feri sem querer,
feri o vôo da garça, o tempo do nada, o aproveitos de flores. feri sem querer e feri tudo. batia sol, em nuvem, dançava a lua. me perdi por dizeres da carne. e fui prá outra parte; a que dói mais, de mais famigerada cor: a plena ausência tudo por outra, avalanche de potros, descambos de lanche em pleno escombro. hoje, ela veio tudo a saber. fui cruxificado no aço da vida e perdi a quem mais alado amor queria. hoje,sozinho, sei que nada sobrou nem dos campos, dos poucos sonhos. o pouco de mim feriu a outra e ainda paguei alguns vinténs. azar falido! azar de demóclides!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 27/09/2006
|