Uma vez
fui divergente, noutra complacente - que sempre - rimava com convergente. Uma vez fui parente vagando de vez, a bordo do vazio e sem lente. Azar, já era quase orco e perdi todas as patentes. uma vez fui guerra e virei bala de matar. e lá me adormeci de prenho ódio. e foi tudo tão de repente que o sol de lua se fez. de verdade, mas sem quer, uma pobre lua que se escondeu, com veracidade, no lado escuro dela mesmo ! foi quando o bombordo virou estibordo, puro e escovado. e o caos se anunciou. e descobri com mãos de fenecer, que a casa dela sumiu nas pilastras que ruiram. e se foi o tempo. sem momento, chegando cheio de fim. e cumpriu-se a missão: todos cairam no crasso esquecimento de um grande amor, que sem laço, em meus braços deu de norrer ! José Kappel
Enviado por José Kappel em 07/04/2017
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