dá dó,
ver os campos incendiados, dá dó, ver antigas sensalas acretinadas, dá dó, ver o primeiro em último lugar, ver a pedra e não achar a montanha. dá dó, ver homens de guerra lá longe... longe, festejados por fogos de artíficio desfilarem... e no campo dos sozinhos, nas falas dos escondidos, morrerem nos corpos dos proibidos. ter esse amor sozinho, ter este amor camuflado, escondido e bendito, florescer em seu rosto e crescer em mim, é igual a farroupilha dos agraciados. dá dó não ver
nenhuma glória na falsa glória dos vencedores, ou na morte precoce dos perdedores. mas, tenho amor sem dó, glória e paz dos homens para dar e vender. mas sem dó não nos querem, pelo menos, nosso amor não serve, nem nosso eterno querer. sem dá e sem dó, vamos sobreviver à guerra dos semi-mortos na república da paixão desvairada e torta. mas, tudo à tudo sobrevive, para todo o mundo nos ver sem arder. aí, eu quero, ver de santo-véu, ver bem, alguém nos separar sem dor, nem dó, nem que vivamos para sempre ao léu abraçando a eternidade de nosso céu ! José Kappel
Enviado por José Kappel em 08/05/2017
Alterado em 27/07/2017 |