Doce Agasalho
Me perco devagar nas bruma da noite que se aproxima. São as incógnitas da vida que deixei de viver. Me perco em seu corpo que viaja longe, sem destino, abusando das graças do passado, evitando o presente, refazendo imagens do futuro, onde minha fuga é de fogo e dor. Viajo devagar, pois meu corpo nunca teve dono. Se teve, está perdido na corrida do tempo, entre as estrias de um suspiro e de um beijo. Se falho em perguntar, falho pela minha ansiedade, pois se você é você - cheia de graça e harmonia - mulher de dois mundos, e com o poder dos deuses, para desfazer e compor, então, volta para o meu corpo pois ele dorme lento de paixões e finura de esperanças. E que um dia bata na minha porta e diga: meu senhor! sou sua aventura, seu agasalho. José Kappel
Enviado por José Kappel em 10/06/2019
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