O Nome do Caos
Meu sistema de navegação parou com o tempo. Não quero ficar fazendo redemoinhos em minha mente, mas apenas entender. Se não tenho capacidade para isso, então apenas repasso sob as pessoas sem tocá-las. O tempo é um dos aparelhos que o ser humano usa uníssono e de capacidade atroz. Todo, é audaz é mais veloz. Tão veloz que é inigualável e sempre iluminado pela vida. Ele tem o poder máximo sobre todas as coisas e é meeiro de todas as causas. Não querer ser seu amigo é ativar uma conta imensa em seu psiquiatra. Agora entendê-lo é também sofrer de rápidas angústias e infindáveis perguntas. Se sou o que sou, por que sou diferente? E igual a todos? Um caos na cabeça da gente. Todos tem o seu caos. Não há outra saída a não ser conviver com ele. Diariamente bate em nossas portas, com munição bastante para perfumá-lo de angústias tenazes e solidões de obreiros, em todos os sentidos. E é neste ponto que o atiça e faz seus cálculos de ataque. O caos é um pedaço de nós mesmos, uma molécula que ora se retrai ora se expande. Se você vive de interioridades, vive ao lado do caos. O caos trás o tempo e os dois se misturam num coquetel formidável. Julgando-me plenamente humano e dono, ainda, capaz, de minhas fragilidades e anseios, me remanejo diariamente entre o tempo que me carrega e não sei para onde seu pêndulo castiçal me leva, e o caos que me pega num sobressalto e me leva à uma angústia que não tem nomes ou identidades. Por isso, aconselho: seja sempre uma criança. Pois ninguém, até hoje, conseguiu reter o tempo e conviver o caos. Se isso tudo tem um nome, é vida. José Kappel
Enviado por José Kappel em 16/06/2019
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