José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


Num dia de poucas razões,
e desencontros aparentes,
quando sobras de querer
morrem na soleira da porta,
a Lua, no de repente, virou Sol.

Foi um dia sincero até certo
ponto.

Daquele que nos faz
jugo de tudo,faz até
perder
os caminhos e trilhos!


Já não sei explicar
tantos inícios precipitados
e fins inacabados.

A vida ia assim,de mansinho,
fazendo de meu espírito
lavratura de terra árida.

Já não sei outorgar
a vesta ao rei
sem fadar com a rainha
que lastra pureza
suspeita.

Foi o dia que a Lua virou Sol
bateu de pronto,
cada um rodando de luzes,
cada um brincando
de fazer duas vidas
numa só.

Foi o dia que a Lua virou Sol,

tudo queimado

sem fim.

E se digo assim
é porque de sobras
me atiçam
gotejos mágicos,
- sobras da Lua e
do Sol -
que agora me fazem dono
de um reino luminoso
que só ela,
sabe

onde existir.

 

Se nas pétulas mágicas do espírito

ou 

nas doces magnólias

que para sempre

vão  florescer.


 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 26/05/2022


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