Medito indiferente sobre o vazio das coisas:
procuro , a cada momento, uma entrada que poucos possuem, poucos cedem e avaliam com desdém.
Mas são,antes, escadarias,vãos cirscunspectos,lascas de maeira
à solta,
rodeando homens e mulheres.
Eu cá, no meu canto ocioso, tento entendê-los- e como tento
penetrar em meus próprios sentimentos:
nada encontro senão bares e homens
vazios - transnoites - a procura de mechas de
felicidade - essa incrível bola de neve forjada em aço
que nos anseia.
E nos leva ao vão.
Nada encontro. À noite cai serena e vejo homens cansados
de si mesmos se rodearem a procura de algo que lhes falta.
-Mal sabem eles - que tudo o que procuram - já não
está mais ali.
As fadas fugiram prá outro mundo!
Eles procuram a felicidade nos outros, não em si mesmos,
a meditação que fazem é dolorosa
a meditação que procuram é fragoroso de desprazer.
Queria lhes dizer !
Mas quem conhece todo mundo?
Quem conhece alguém nesse mundo tão corcunda?
Eu mal me conheço e sei lá de meus passos!
Mas como vou penetrar no espírito dos homens
para fazê-los sorrir, sem angústia e com
paz imorredoura?
Assim, passam-se as horas e o tempo
acaba por terminar:
Os homens são infelizes e vazios
-aqueles que me deparo -
porque o mundo ficou sem sentido,de repente!
Por mais que tenha luzes e rebuscas,
avenidas, onde néons atrativos pelicam os céus,
nada será encontrado do que mais solidão.
E eu no meu canto, atravessando à beira mar
vejo sem encanto o desespero dos homens
que aprenderam somente a andar
mas não conseguem descobrir, nem um pouco,
do que é amar!