É tão difícil decidir,
e tão ferido como
não achar,
tão perfeito em perder
tão lascivo ao arder!

Se tem nome é amor,
se tem vez é
consequência,
se tem voz,
tem falácia do grito.

 Conceitos não faltam,
tudo pra dizer:
vou partir,
vou partir em breve,
vou deixar a pêssega e as
aladas!

Se pombos arrulhavam
no porto, era a saída,
é o vôo do desespero; era capricho
sem valentia,
tudo isso para deixar
o que sequer nem começou.

Se há chegada ,
há o calafrio, depois a febre e o
delírio que cobre de farpas
o coração magoado.

Se partiu, deixa pra lá,

mas
foi ouvindo oito 

oboés,
aquelas sons adornados
dos desamores, que se foi.

Se partiu, deixa pra lá,
um dia, acho um pedaço
de sua lembrança
em meu coração.

Hoje acho uma amora-da-mata,
amanhã,

acho,
uma flor diferente.

Me arquiteto 

nas coisas que dizem ser
de amor.

Se perdi, fui pra lá.

E fico.

Onde o mar esconde as ondas,
mas não encobre as 

volúpias esverdeadas do mar e

as areias sufragados

pelo amor!