Vira água, visa o peixe,
dorme no meu acalanto
seu sonho de mulher.
Sou sóbrio quando posso,
sou vida sem festeiros.
E não passo disso
pois,
sou forasteiro do amor,
ao seu lado,
com sabor de tâmaras.
Sou seu, você sabe,
sou parte de seu
recosto, que me abriga da tempestade.
Mas, se corro,
tenho medo dos afogados
nesta idade.
É a vez da hora.
Hora de ficar.
Me abriga em seus braços
e serei sua paz -
não a paz das esquinas -
mas o que me une a você.
Que faz de nós dois
um pássaro
que voa tão alto
que o dono do destino -
impróprio e catiço -
diz que jamais
sequer seremos o sempre,
pois o que nos guarnece,
vai
somente até
amanhã.
E que faz de nós,
um trem sem destino,
um longo
trem
sem o permeio de trilhos.
E a vida fica para amanhã,
pois só sabemos
viver no ontem.