José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


Me esguio entre
as gentes do
meu povo,
corro seus casebres
e só encontro 
desencantos de misérias.

 

Lavo as mãos, pois de
nada sou dono,
mas singular companheiro
dos acasos da vida,
que me perguntam
como é  ser rei.

 

E eu digo,espamado,
que a lâmina
que mede minha distância
de vazio e solidão,
é a distância que
mede o povo
com a glória dos reis.

 

Somos sós,
sem nome,
e vestidos de meia-pátria,
que corremos com a  roupa
rasgada.

 

Somos depósitos de tulha
e milho,
mas nunca deixamos de
ser crianças-doces!

 

O choro nosso é mais forte,
um, mais do que o outro,
pois sempre somos visita
no paiól de armas.

 

 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 07/11/2022
Alterado em 07/11/2022


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