Acorda, Monge
vim de longe, vim feito lorde amargurado, carregado de bruços, trançado em ferro batido de vento, cruzado de santos, mas sem amém, feito criança sem lógica. e vim de longe, lá onde morre o sol que acorda a lua, para nova faina num rotina de monge. e aqui me deixaram igual a ferro guzo, feito ferro cozido, bem tachado ! e dizem: é ferro que acharam no encalhe ! de um lado muita derrota, a vida, do outro, com mulheres em roda de contar lorotas. e não me fiz ninguém, passei feito roda de amassar pela vida à tôa, sem lado pra ir sem caminho pra seguir e hoje rodo feito sombra, dos azés, pelos montes de pé, e sombreras montanhas de quejá, procurando o pai e pela mãe que hoje só me assombram de terna ausência !
José Kappel
Enviado por José Kappel em 06/04/2006
|