Além das Portas
Eu posso ter tudo julgando que tenho tudo
que quero. Se eu acho que possuo tudo, então tenho as coisas que quero. Se eu perco no caminho algo de precioso. Apenas disfarço e sigo em frente. Magoado e triste. Mas vou de cabeça erguida.Latente! Tenho o que posso. O que não posso julgo que tenho. Além das Portas Sombreadas vive o outro eu. Cáustico,enigmático,diápaso, conivente com o humano e com as bordas dos corpos que me outorgam algum calor. Se meu tempo já passou. Ele passou. Esquece. Não torture os olhos com lágrimas. Viva cada dia,esperando a noite e dentro da noite se prontei para esperar seu novo raiar. Ilusões à parte, não sou feliz assim.Mas me acomodo assim. E tenho o que posso e as que não posso, finjo de barbatanas bem afiadas, que as tenho. Mas, pensando bem... não sou feliz assim.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 19/04/2006
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