Água Doce
Roço o rosto,
levito o suave, medro o palmo e faço o terno. Pulo de dois, na cerca da vida, empurro bois, cavalgo alados tudo a procura dos pacatos. Roço o rosto faino a dor repasso torto a voz dela em pé, firme e com azul de cor. Roço o rosto tento a paz e silêncio neste campo de sol nesta vesga aparente. Sou vivo e disso me encarregam; Ando à passso, corro por ruas e enviezo por avenidas, quase nuas. As gentes se foram prá algum lugar perto de algum fim-do-mundo. Não fui, por receio e bastante permeio sinto de lá ficar:roça medo! Por isso, e agora, o encarregado sou eu, sou eu que faço e refaço, sem pensar em dor ao léu. Se sou seu, faço por mim. Mas não posso esquecer jamais que um dia fui seu... na corda bamba, mas fui, mas, da mesma maneira, ateu, escorreguei na pedra do tal destino, e por água abaixo fui procurando os algos seus. Por isso,agora, ei de fugir sozinho sem barulho fazer, prá bem longe dos que não mais entendem e, ao contrário, somente me subtendem! Seu tenente, puxa a boina lá vou eu passar, sem tiros de fuzil, mas vou passar, por toda essa vida sem ser, ao menos, funil de água doce ! Tudo surpreendente, muito e muito, lastimoso e só aparente.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 20/04/2006
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