Alva Relva de Ontem
Pra depois
tá todo mundo deixando depois, digo eu, não fiquem reclamando! Pra depois não deixe,não, vem o bicho-papão, e come os dois sem senão. Levo minha vida na maresia, sem véu, vem um mar aqui, vem areia e vento, colorindo o céu turvo de azul. Tudo manso, sem carestia! Mas pra depois, não deixo não. É fria de anão, é pedaço de depor na confraria dos sozinhos, na bravura de alguma infantaria. Quer fazer faz agora. tô aqui, me chama até de noves-fora, mas prá depois não deixo não: não da pé! Não sou área de laser pra escolher hora de fazer. Por isso sou antônio. se tiver de comer a gente come também, mas prá depois só deixo a gripe e as rezas de amém. E, se sinfrônio quiser entrar, que entre também, lugar pra dar de comer não falta não, aqui,ninguém escapa, pois pode vir até disfarçado de fantasmas de capa, que a gente se arreda de medo, de seu suave enredo!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 27/05/2006
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