A Praça de 4 Trevos
Tenho forças prá gastar
tudo prá me consumir, sou tão grande e tão beato que faço fé, em um dia amar a próxima sombra de amor,mas sem qualquer hiato. Tenho crista e pó, tenho devaneios e canto em tom menor; a flauta descansa enquanto os corcéis abrem as pradarias com seu pó. Tenho medo disso, já tenho medo daquilo, a força de meu medo reflete até na paz do paraíso.Incomoda até os fanáticos e ricos! Tenho medo de seguir, tenho medo de parar, mesmo todo arrumado! Fui e não me encontrei, esbarrei no pórtico da brisa, e me ralei no pó dos antigos, na memória dos arrimados. Se sigo,sou santo, se rezo, perco toda hora - pelo menos até a seguinte voz da morte me arrepia! Fico na minha dose, e desafio os tréus! Bandeia prá mim sua fronte sempre ao léu! Fujo da hora de badolim excêntrico, mas só vivo com o gargalo na boca! Se tenho tendências? Tenho! Fruto do medo, por isso gargalo de hora em hora, até o último galo cantar. Tenho medo e não sou mais forte. Tomo tônico e, logo, tranco aspirina como pão de farelo, prá não ser vítima de alguma trote. Marquei de dedal com a garota da esquina. Encontro vãos, cheio de escusos e traveletes de ocasos. Não levou a nada a não ser descobrir que era pura! Mas que esquina? se plaino de vozerau nas azaléas adornadas, logo após as nascentes, onde dormem os frutos de varal! Sou pálido, sou assim mesmo. Mas nada de árido contém meu terço. Se tenho medo? Tenho tanto medo que na hora do espasmo, diálogo de perto, até com pedras no meu pedaço! Vai texto vesgo! Vai remar à esmo! Noutro lugar, como é mesmo? Lá na praça de quatro trevos!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 04/06/2006
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