Ah! Nem De Quebra !
Fraco,sobejo o vôo,
auguro a aurora em partes de agonia, onde não hajam sombras. Minha caixa é de brinquedo, minha voz é de criança, meu pai é de longe, minha mãe, vem da terra batida, mas querida. Venho de longe igual a uma caixa mágica, que me leva ao fim do mundo, onde o sol não nasce mas flores dançam ao sol. Este sou eu, Das Neves, constante da natureza, pedreiro de paredes, e com cimento no coração. Valia minha bruteza quando era forte; hoje, esquálido e mal querido, refaço meu coração de pedras e calco a ansiedade e o medo com tragos de solidão. E nesta mesa de bar vou morrer; nesta mesa vou partir; sem dar adeus. Nem de quebra ! Todos se foram e minha luz interior se esvai,lasciva. Vou, então, prá onde? Pro canto do mundo? Ou pros escondidos das frestas? Se vou, parto, Se fico, quebro. Ah bela! Se desfilo,vou sem passo. E se amo, não mais tenho de troco do felicidade dela !
José Kappel
Enviado por José Kappel em 21/06/2006
|