A Vida Comeu
Castigo é vê-la moça
pronta prá ser mulher, meiada de flores preparando seus frutos. Castigo é ver as coisas indo pro outro lado do mundo e, você, indecisa, não saber se conta ou se cala fundo. Uma sombra de duas faces pronta prá fazer a ceia do futuro, senta em seu colo, escondido entre a dor e a prevista alegria. Ela é boneca de pano, uma armação de amos, uma sinfonia aresta, uma canção de prumo. Pois se tiver de chorar chore agora, pois daqui a pouco chega o vento do futuro, trazendo figuras remansas, e gente que a vida comeu. Nesta estrada não ando,de tão escura nessa trilha não dou um passo, pois morre ai sua história, e nasce ai, seu passado sem vitória.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 26/06/2006
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