A Vida Errou
Tenho ombreiras de ouro,
são devedoras de algum meestre esquecido do tempo,que as largou próximo as minhas coisas de bem querer, e passou. Fui bem de cavaleriço, trotando mundo afora, igual a um rei levadiço; no fundo,igual a um pobre, que sempre se leva embora. Fui crer que não passava de um sonho e, agora, todos me aprontam! Fui crer que o tempo é lavadiço, tenaz e escorregadio. Ontem eu conquistava terras, e pela idade, agora, a terra me espera. Tudo um sonho de pouco assanho! Um sonho de reis e rainhas. E pobres delas, serenas, vivem suas solidões, junto a outras e mais outras, que se atraem, e fazem uma festa , de ouro encardido de pó, não sabendo que vivem dentro do pesadelo. Vã guerra de ócio que meu mundo penetrou: atrás vêm minha ombreira e na frente todos, igual a mim, trazem a vida toda que errou!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 17/07/2006
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