Andor do Sol
Às vezes, quem bate
não quer entrar; quem entra não quer sair. Fugas, não há. E o campo é vasto para sonhar! Época de colheita, aqui e lá. Os campos florescem, como atiçam as aves, rebuliças no andor do sol. Se penso, auguro mal, não sou coerente, nem de paz. Não uso armas nem ancinhos de corte. Sou figurino de palácios e trago ansiedade aos lotes. Se me chamam é para pedir, se atendo é para dar, se me refugio, me acham nos campos, se me nego, viro rifa ganha pelos lordes. Assim, passo meu tempo, dentro da cerca, imóvel. Já não sou mais novidade, nem campo de flores. Jaz comigo a ansiedade premente e curiosa: tentar nascer de novo em outro sol, mirado de luas. Mas para este gesto extremado: os reis já propuseram: "Vai Manoel". Mas, em troca, e de novo, ganhará a extrema unção e será dizimado bem vazio de pérolas ! Assim como eles matam os homens! Atiram e matam! Igual a coisa sem valia! Ou não matam?
José Kappel
Enviado por José Kappel em 31/07/2006
|