José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos

Alça de Porteiro
Tempo do tempo arguto,
que me leva às águas claras
de um lago que já foi tudo
onde até rosa-marinho dava.

Tempo dos presentes, dos vivos,
tempo que andavam no coração e nos
campos de flores ricas,
tempo que me diziam: me dê um abraço
que eu te dou um beijo
e canto uma canção.

Tempo dos tempos,sem idas,
os deuses, no entanto,
dele fizeram campo árido,
vazio e sem vida,sem encanto.

Hoje, se quiser vê-los
tenho a permissão da alça-de-porteiro:
é só chavear a porta, sem medo,
e abrir os portões
e a paz do campo santo vesgueiro!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 02/08/2006


Comentários

Tela de Claude Monet
Site do Escritor criado por Recanto das Letras