Bordão de Guerra
Fico em paz depois da derrota,
recolho armas e bordões da guerra interior, cujo passado tem três séculos, e cujo presente fermenta como água purificada no corpo desguarnecido! No afã da luta, perdi um pouco da alma, um pouco do espírito, mas ganhei medalhas de solidão, e falta total de ser, nem sobras, nem,pelo menos,um pouco de texano! Não sei mais destacar a beleza, sei apenas cair, cair num poço profundo disponível aos solitários e que nunca é aprovado para ter fim. Meu trovejar é de ouro; toco melodias de ciganos, de supresas, para apoio àqueles que não tem clima nem um pouco de sol, onde varre o pleno inverno - que chamam de princípio de inferno. Minha guerra terminou: carrego o fardo da derrota sem planos e destinos. O que me resta, passou como um vento ganancioso, fiquei só à porta de alguma tempestade, esperando o dia, dia imensurável de colar seu rosto no meu!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 25/08/2006
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