Sombras de Castelos
Sombras de castelos que me
assustam; redimidos arbustos de uma noite avorenta que me amaciam as lembranças, como fotos esquecidas. De dois lados caminham o improvável; de dois lados me arredam lembranças que fim não terão, nesta vida de pouco sol. Grumetes alvoroçados anunciam uma nova terra; capitães de bordo tocam o alvorecer; e a nave sem rumo finalmente encontra sua terra salpicada de paisagens vazias. A vida se passa naquele momento: ontem foi agora, amanhã não tem hora. Debruçado em minhas lembranças - até estranhas, vejo mares, jovens e castelos, todos coloridos pelo tempo, cujo nome é dado e renegado aos passantes em prumo. E se por tudo isso alcanço agora o esplendor do nada, sinto que seja por causa dela. Uma vez chegada de rainha, outra vez, de saída, com plumas de adeus.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 25/08/2006
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