Cor Rubra
Hoje foi um dia
bem feliz, destes prá guardar no coração. Fiz dele um pedaço de pó e o assoprei pro melhor que tem o fim do mundo. Nessa não entro mais. Não sou ferro de bater, nem carne de apanhar. De bom grado fiz isso pois mais nada me restava, estava entre duas avenidas: uma ia prá cá, outra lá. Não sou informativo, não tenho limites, não tenho urgência. Apenas cometi uma infração gravíssima - dizem os homens - fui amar a mulher errada. Mulher de primeira classe. Confiei nela meu corpo confiei minhas palavras; até me confinei nas minhas erratas. Pois foi assim. num dia sóbrio descobri o bolero do nada mais. Bela e meiga, era ela, mais cheia de simpatias e carências pelo próximo. E quando descobri que o próximo não era bem eu, fugi com minhas malas prá mais alta montanha de El Sítio - cidade bem mexicana - que só abriga os desaventurados do amor. Mas que amor? Fui crisma e santuário mas nunca no colo dela sentei pois dizia ela - tinha pavor. E se numa mulher você nao descobre a saia, vai descobrir a cor rubra de ser traído por toda rua.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 27/08/2006
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