Caçador da Noite
Medito indiferente sobre o vazio das coisas:
procuro ,a cada momento, uma entrada que poucos possuem, poucos cedem e avaliam com desdém. Mas são,antes, escadarias,vãos cirscunspectos,lascas de maeira à solta, rodeando homens e mulheres. Eu cá, no meu canto ocioso, tento entendê-los- e como tento penetrar em meus próprios sentimentos: nada encontro senão bares e homens vazios - transnoites - a procura de mechas de felicidade - essa incrível bola de neve forjada em aço que nos anseia. Nada encontro.À noite cai serena e vejo homens cansados de si mesmos se rodearem a procura de algo que lhes falta. -Mal sabem eles - que tudo o que procuram - já não está mais ali. As fadas fugiram prá outro mundo! Eles procuram a felicidade nos outros, não em si mesmos, a meditação que fazem é dolorosa a meditação que procuram é fragoroso de desprazer. Queria lhes dizer ! Mas quem conhece todo mundo? Quem conhece alguém nesse mundo tão corcunda! Eu mal me conheço e sei de meus passos, Mas como vou penetrar no espírito dos homens para fazê-los sorrir, sem angústia e com paz imorredoura? Assim, passam-se as horas e o tempo acaba por terminar: Os homens são infelizes e vazios -aqueles que me deparo - porque o mundo ficou sem sentido,de repente! Por mais que tenha luzes e rebuscas, avenidas, onde néons atrativos pelicam os céus, nada será encontrado do que mais solidão. E eu no meu canto, atravessando à beira mar vejo sem encanto o desespero dos homens que aprenderam somente a andar mas não conseguem descobrir, nem um pouco, do que é amar!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 05/09/2006
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