Dia Sincero
Num dia de poucas razões,
e desencontros aparentes, quando sobras de querer morrem na soleira da porta, a Lua, no de repente,virou Sol. Foi um dia sincero até certo ponto. Daquele que nos faz jugo de tudo,faz até perder os caminhos e trilhos! Já não sei explicar tantos inícios precipitados e fins inacabados. A vida ia assim,de mansinho, fazendo de meu espírito lavratura de terra árida. Já não sei outorgar a vesta ao rei sem fadar com a rainha que lastra puresa suspeita. Foi o dia que a Lua virou Sol bateu de pronto, cada um rodando de luzes, cada um brincando de fazer duas vidas numa só. Foi ai que a Lua virou Sol. E se digo assim é porque de sobras me atiçam gotejos mágicos, - sobras da Lua e do Sol - que agora me fazem dono de um reino luminoso que só ela, Maria, sabe existir.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 06/09/2006
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