Fogueira do Tempo
a história é
essa: dois passos prá lá, dois prá cá. abre a janela que de vôo parto eu sem laço. se você viver um grande amor lembre-se desta história: um dia você é rei, noutro, capacho sem lei! mas aqui não fico mais por questão que mistura em fel até a aurora ! ao longo da discórdia nunca houve afagos. ao longo do caminho menos sol, rubra lua, caminhos tortos, fariseus de breu, andam sempre juntos. sem se falar, sem se dar. ora! calça a bota que eu visto a sola! cair, sim senhor, caimos! se deu grito é de dor. senão, foi a paz que antes chegou, com a bandeira em cruz. ora,pois! dúvidas a gente tem. desconfianças nos assolam, rasgos se perguntam do porquê, e porquê daqui pra frente, eles só sabem fazer e untar. o tempo, deixa passar, mais tarde, ele se apressa a cobrar. e se cobra! dívidas dos comuns, afeitos à graça do amor, refeitos à sombra dos jamais que nunca viram cor! rubra a febre, empesta de ramos, que é só dor, que até fere a pele. um dia eu, outro você! caminhar juntos só em pensar! o que nos separa é mais forte, temido de guerra, premente, e sem medo. não teme gemidos! o que nos separa é a fonte. o que nos une, é a ânsia que não atravessa ralas pontes. fui pro lado, você pra outro: de dois em dois, nos largaram. você pra lá, eu pra cá. sem poder ao menos poder achar. hoje,o tempo se passa e bem longe nos deixou. não sei mais quem você é; duvido que eu saiba quem sou. no mais, espero que a vida rode e cheia de de repentes, você me enlaça, enquanto canto a ode. porque, no fundo, sou trampolim da roça, e festa de saudade. é comigo mesmo: sou afeito à fogueira de pular, da batata do comer, e de mulher, junto, só prá amar!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 11/09/2006
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