Barra de Fogo
deixa a mão
só prá beijar, sem paz, sem alaridos, sem casa branca, sem paço, só com o vento brando a alisar a face roseada de mel, de luz, de feitos de homens sem cruz! cansei! de parar, cansei! hoje, volto cheio de esperanças, mas lá morro na vã tentativa mas sem ranço! hoje é dia de quebra, hoje é dia de festa, rumo meu corpo pra ela, que se queda no vazio de duas vidas, que se foram rodeada de belos hortos e flores mais de festas do que - cruz em credo - rosas de pouca sorte! sei lá se posso, mas decerto, cansei feito homem de bruto aço que se queda, flácido, à luz dos sem velas! hoje é dia comum, pasto de feras! homens de Zeras! faz dela a chegada de minha flor de espera! sou perto e sou longe. sou de festa, mas não me caso mais com mais nenhuma bela que vive nelas! se meu vôo é longo, passo-fundo a gemer. fui uma vez pra nunca mais ter vez. sou a sobra a espera, a chegada, e as lágrimas que, agora, oro. por céus, meio-a-meio faz de mim um rei de chegada, vestido de carmim! vou embora, doce amora! volto um dia e você me namora! mas, cansei! penei e fanei! regra não tem! a prosa voa e a poesia é alegre. decerto! no final dá tudo certo! tem muito vinho e taças mortas de tanta alegria. passo ao largo, sou torto, sou caça e dízimo dos pobres, sem ao menos saber cantar a fúria desmedida, com tamanho beleza de verso que me enlaça.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 11/09/2006
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