Doce Troiana
Límpida igual ao brado do deserto,
silenta,absorta,vaga, misto de troiana e vestal, vida e impasse, dúvidas e cruéis ansiedades, navegam pelas areias de seu corpo, num mundo regado pelo sol, mas fogoso em sua mãe-festa premente, onde buliça a esperança. Assim, hoje, te vejo: absinta e colorida de festas, recostada em colunas de pó e argila, aliciada pelo teu véu castiço, que reborda junto ao vento e amacia a pedra. Vaga, holocausta pelas dores da vida. Se te alcançam é sempre para medir o espaço que te separa entre a luz e fresta. Assim te vejo hoje, num pedestal de rosas serenas. Mas, dó de mim ! Dores de quem te perdeu.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 12/09/2006
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