Mariana
Minhas dores,
são meus acessórios de vida! São ramos tortos que enfeiam a flor. Minhas dores são feitas de cor azeda. Coisa que ninguém se atreve a provar. E se provo do amargo, doce deixo de ser. E se passo,passo ao largo, coisa de homem comum, coroado de espinhos do invisível; onde ninguém vê, ninguém sabe! Já fui prá não voltar, já cheguei prá nunca sair. Homem valente e amoroso de duas portas! Mas a porta bate duas vezes, cercada de som opaco; se vai, sou eu, se fica, fica ela, com desdém e lágrimas. Se parti, foi um dia. No passado que não tem nem mais nome. Agora, me perdi no tempo, já fui pro largo dos desaparecidos em plena vida ! E se é por pedir, todo mundo pede: Volta, Mariana eu também só sinto dor!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 12/09/2006
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