Brada Carne
Crise dos tempos!
Meigas horas, que me entrego ao Zeus! Dores comuns, latejam monjouras, como flechas ardentes que pousam na carne debilitada por cravos e ansiedades do tempo castiço, que morreu brado, em meus braços! Floro mágoas nesta manhã, onde o ferro basto, atravessa a carne e o pão, e me corrói denso! Floral, indeciso, de fácil uso, e de difícil manuseio. O afogueu de lágrimas que desbancam de seu rosto - pétula acostumada à beleza - também são rasas minhas! Ah! perdido entre a festa e o riso! Acato a piedade mas não perdôo os acostumados. Acato os dizimados mas afuguento os covardes que se negam ao pranto dourado do amor. Força mista,comensurável de espadas e canções que vindas do céu, são seu signo de prazer e desejo e pelo mar acalmo, pelo doce do sol, que se esparge entre as formas de seu rosto e cristaliza uma beleza nunca vista. Perco por tudo! Agasto! Choro e contorço, minha ânsia de cem anos, por um minuto agreste de mãos dadas pelo único amor - você -, flor que sobrevive na abóboda amena do céu e apaneia as estrelas com seu suco, com a face quase medieval e doce de olhar e amar ! Se a perdi, sei que agora habita o fausto da luz! E vivo agora do sombreiro de seu corpo e de seu espírito! Ave-carne! Ave-espírito! Acalenta minha dor!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 13/09/2006
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