Farreiros
corre bravo
na ira dos desmedidos, sem mecha, sem parvo- pavio, que arde, faz até saudade na ausência dos malas-prontas, que se foram feridos. segue douta de asas, a senhora de dois homens, duas portas, duas camas e um amor de lascas. segue louca, a senhora dos farreiros. e avante vento bravio, de sete costados avassala este corpo lento que, hoje no brejo, já foi seu. mulher afoita, doita de carne, tem prazer em tudo, até no azar, de sua pura solidão. tem dez, metade de um, pobre mulher de ninguém, sem nenhum. mulher dos farreiros, vestida de brincos para, em todos, morrer ferina !
José Kappel
Enviado por José Kappel em 23/09/2006
|