Peço Pouco
Desvenda o corpo,
como se uma abre uma flor, redoma as mãos e faz delas uma aventura de mim. Nãa é pedir muito, para quem já tem pouco; Não é pedir demais prá quem beira o louco. Abre o espírito iluminado e faz dele um pedaço de mim, desdobra a vontade, e, de armadura em mãos, acabe por dilacerar os frutos que morreram quando me viram nascer. Se peço pouco, é porque sou ralo de mim. Não visto coroa, nem mendigo por estrelas, ou faço delas esperanças. Na verdade, na verdade, minha amiga - que ouçam os mítigos do amor - o que queria mesmo, é por um minuto, roçar minha vida com a sua.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 24/09/2006
Alterado em 24/09/2006 |