Tudo e Nada
às vezes tem
dia, mas não tem noite. às vezes tem mulher e tem muito homem. às vezes tem amor mais não tem mulher. às vezes tem muito homem para uma só mulher. ás vezes tem muita mulher para uma só mulher, roubada do homem que mora sem fé. às vezes tem fé sobrando e ateus fumando. tem também gente viva que mais parece morta, logo ali na porta dos angustiados. às vezes tem afago demais e amor de menos, tudo muito magro. às vezes tem amor de menos e sexo demais. às vezes as coisas tem futuro, noutras nadam somente no escuro. tudo fantasiado de muita gente. às vezes tem floresta e não tem mato, tem homem e mulher, enrolados neles, de fato ! às vezes tem parcos marionetes nas mesas de mulheres que se encharcam. às vezes tem tudo isso e não tem nada. mas ao lado de cada copo, tem um homem falido e uma mulher ferida. e pra resumir, ás vezes nós somos tudo e não somos nada. tudo isso durante o dia e a noite. é festa de quindim na praça dos alvoroçados. não dá vontade de sumir à nado?
José Kappel
Enviado por José Kappel em 25/09/2006
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