Tempo de Passar
fiz roda de criança,
bola de gol, rodava de poeira, e me guardava do sol à sombra de camélias. me perfumava entre os arvoredos e me fazia criança de apanhar. tudo uma roda. Ora bolas! que tempo foi aquele que a folhinha não marca e os relógios não andam? diz meu augusto e severo jardineiro: aquilo foi tempo de passar. e chorei por não conseguir mais ser rei, mocinho de cavalo, e relva das seis horas. chorei pelo tempo de passar. e hoje me refugo, no mal andar, entre as estrepolias de cimento que o homem construiu onde era meu sobrado. hoje, lembro de tudo feito sonho, mistura de doce e amargo. e... tomo mais um gole pra revoar. pois,foi meu o tempo de passar.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 27/09/2006
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