José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos

Tempo de Passar
fiz roda de criança,
bola de gol,
rodava de poeira,
e me guardava do sol
à sombra de camélias.

me perfumava entre
os arvoredos e me
fazia criança
de apanhar.

tudo uma roda.
Ora bolas!

que tempo foi
aquele que
a folhinha
não marca
e os relógios
não andam?

diz meu augusto
e severo jardineiro:

aquilo foi tempo de passar.

e chorei por não
conseguir mais ser rei,
mocinho de cavalo,
e relva das seis horas.

chorei pelo tempo de passar.

e hoje me refugo,
no mal andar, entre
as estrepolias de
cimento que o homem
construiu onde
era meu sobrado.

hoje, lembro de
tudo feito sonho,
mistura de
doce e amargo.

e... tomo
mais um gole
pra revoar.

pois,foi meu o
tempo de passar.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 27/09/2006


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