me completei, virei figurinha fácil, torno de terra de ninguém, espada sem véu, sem entrelaços de mãos, sem coisas para pensar. no todo, me desabei ! me completei e sou apenas um número na galáxia de sonhos com adornos de meia luz, rotundas e negras. já vou, falar pra quê? aconteceu o que já esperava desde criancinha - o sozinho. e isso me amedronta, pois virei bolha de ar, espumante, mas assim mesmo indiferente dos passantes que vivem do vento ! agora sou torno mecânico que funciona à beira da fúria. contento esmirado por bala, de chumbo. um dia vivi de jasmim, copos de álcool e cigarros ultrapassados. troquei até figurinhas com os maltratados. basta. me vou. a única coisa que me amedronta é ir sozinho. isso lá é igual enfrentar garras de onça na primavera da vida. mas que vida ? zonzo, zonho ! e isso lá bem poderia ser um sonho, mas não é. é pura verdade do meu seria ! José Kappel
Enviado por José Kappel em 07/04/2017
|