no princípio ficou
tudo claro, depois, só acertamos o tamanho do precipício. ficaram tediosos os alvos dias, sem ao menos saber quem a gente era. meia-sorte de quem é dono dos dias e também dono de toda a vida e da imensa morte ! só os donos tinham o fogoso do corrimão que leva ao desespero, numa fração de bentos! dias meus! dias seus! e de todo me pergunto: que fase é essa que só me perco dentro de mim? igual à lilases, sem nascer ! ou desbravadas amapolas até capazes de sonhar ! de tudo que restou, de pronto, ficou pouco, ou não ficou ou ficará rouco de tanto gritar: me viva minha vida de perder, igual ao rude medieval. um par de roupas, quinquilharias de homem, e uma dor sofrida que dela sobrou, foi o que sobrou da tal vida de socobros ! na terra lenta, sou de lastro, e lá sou apelidado de cata-vento! e roda pra cá, e vira pra lá. hoje, apenas restou a imagem, minha e dela, que nem o basto espelho gostou ! virei águia sem pouso, virei guia dos poucos. a morte dos poucos é o que resta de minha vida igual a tenra louça ! e sabem ? no caos que virou, virei porte de luz e ela pirilampos, atrás de lampejos, o que a todos irou ! José Kappel
Enviado por José Kappel em 06/05/2017
Alterado em 24/05/2017 |