Flor de Amor
tem flores que não sabem que nasceram, tem flores - já crescidas - mas que não são flores. há flores e há flores, há flores que não sabem que são flores; pra descobrir uma, há de ser de amor e amor por faina e dor. assopre a flor ao vento e deixe as pétulas garlarem na sua brisa; aspire o pólen, e deixe-o rodopiar pelo jardim. dê tempo ao tempo, pois a natureza é feita de espaços e ventos de incógnitas. e, na vida, chegou sua vez, cheio de elos, de fazer a descoberta de uma mulher sem carmelos, e veja: se dela nascer a fragilidade, a dor, os feixes de tristeza, o arco-íris, o sorriso de ser linda, o riso de ser formosa. a bondade, feito a deusa íris, então, você acaba de descobrir a mulher. e dela você não descobriu só o sexo, nem o puro prazer, mas a maravilhosa imagem que lhe ardosa o âmago: você achou a verdadeira mulher: que jorra feito corredeiras, o milagre de fazer você um homem, tem flores que não sabem que são flores... José Kappel
Enviado por José Kappel em 05/06/2019
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