Mulher Maria
À MARIA CABE: 1. dedilhar centúrias de flores e armá-las de manseiros à bravura de seu amor. e, ao guerreiro comum, alentar com sorriso de mulher, seus afeitos de jasmim comungando os fracos com seu amor. 2. não olvidar dos esquecidos, dos meias-pátrias, dos desfeitos pelo infortúnio, que alam e apregoam de solidão. e, na vida, nada mais querem, do que sorver, mesmo que por minutos, do cálice de ouro que habita em seus lábios. faça deles o início do apanágio para sua vida eterna num momento sagrado, onde vivem aqueles de precipícios. 3. não ficar devedora, igual aos seixos largados às margens de riachos. de seu amor faça-os forte e de grande porte. dos pobres de amor faça-os ricos com beijos que apaneiam a lenta demora que mata até os fortes. maneja-os com o acarício de uma flor. e, em nome dos sem filhos, deva-os o assento da fraternidade. uma palavra basta, pois a rosa dos seios conforta e o olhar hasto os fará farto. 4. mantenha-se no equilíbrio da vida e saiba que o hercúleo natal também tem areia e sangue. mas tem também seu brilho sem vestal rodeado, que chameia para todos a vela comum que dos olhos perdidos os fará chameados. 5. quando, de frente às torres eslavas, dos homens de grego, não os deixe desaminar. pois tamanha é sua riqueza que afaga os pobres e alenta de natureza forte os abandonados do carinho e os perdidos de caminhos na terra dos inflamados. 6. não deixe ninguém padecer sem seu beijo pois nele está a vida, somenos, a esperança dos que nunca veem. dados nos costados dos homens santos não há, lá viceja apenas a afronta dos já nascidos e fadados para nada ser no mundo feito sem apanágios. 7. e à maria cabe tornar todo homem uma realidade, todo sonho em seu colo uma eterna manjedoura de felicidade. pois na terra de Zeus já dizem por lá: viva maria ! que dorme doce, que afaga com beijos os dormentes de solidão que vagueiam corço. e, neste vazio dos homens, ninguém deste mundo, há de deixá-lo sem ouvir as palavras de maria, não há de morrer sem seu profundo beijo de fraterno e abençoado de chameios que fazem os eternos. Poema e Foto: José Kappel
Enviado por José Kappel em 05/06/2019
|