Muralha de Saudades
Diferente de tudo, compadecido de todos, frugal, ativo e necessário; coloco sobre a mesa de pesamentos aquela que me primariza como bom devedor. Não basta saber, bem ocultar, falar aos sussurros, pensar, só medrar, ávido e cativo. Na minha porta de cedro aguardo os repentinos que surgirão na leve madrugada. São sonhos vizinhos, imagens sem tempo, figuras dela, ocultadas no fundo do tempo, numa hora que nunca existiu, num tempo que morreu, sem velório de lágrimas, assim, como se abana o tempo devedor com a carícia de lástimas. Hoje somos apenas vizinhos de duas portas: quando ela abre seu portal de lágrimas eu fecho minha muralha de saudades. José Kappel
Enviado por José Kappel em 15/06/2019
Alterado em 16/06/2019 |