Amor Meu
Se por medo, ou por ansiedade eu deixar de ir, não se levante ou procure. Não fui sem querer. O medo tomou conta das coisas. A ansiedade me invadiu, o ser vontade se desmanchou ao cair da tarde. Não fui, deixei de ir, faltei por dever onde meu medo fala mais alto e minha consciência pouco tem a dizer. Deixei de ir não por puro acaso, mas por por total descaso. Fiquei muito tempo sozinho e sozinho e pensando no que fui e no que deixei de ser. O deixei de ser venceu. Que posso fazer se não me locomovo, não medro mais passos e torta minha vida ficou? Não tenho mais saídas e nenhuma entrada. Passo comum diante das coisas majestosas. Desconheço-as. E quando as descubro as perco. Força do destino me fez por ser homem de pouca vontade, homem lancetado de ansiedades. Se perdi você foi por acaso, burilou em minhas mãos e deixei escapar. Não faz mal, o tempo vai dizer. No fundo das coisas me resta vã esperança De um dia voltar a vê-la e dizer, bem baixinho: Não sou porque quero, não fui porque me perco, mas amo a flor que em ti desbrocha e o milagre de seus olhos que de todo, me confortam! José Kappel
Enviado por José Kappel em 20/01/2020
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