sou início e fim, meio das coisas, achado de luzes, perdido em lampejos.
se sou, sou parte. Se tenho a posse, sou dono; se me falta é porque não ganho, se tenho é porque me sobra. das sombras permeio igualdades, e se não me faço rei de povo nenhum, é porque não tenho terras e assim posso semear a discórdia entre os brandos e oclusos. sou a borda e o voo. Parecido com borboletas. tenho rainhas fogosas e pajéns de cama. sou a guarda e o pão. guerreiros, imponho a minha porta e venço os inimigos apenas quando sonho que sou príncipe de galenas e mares desfeitos na areia. sou assim. sempre de guarda, sempre afoito, modelado em meio de medo. espero a sombra dela para fazer a minha. espero os lábios delas para tentar ser feliz. mas qual! felicidade eu só compro. vou às esquinas sem vida e, na balança da vida, faço a prosa e o verso. faço a luz e por isso, sou o início e o fim, sou o início da premissa, da espera e da tristeza, de entender as estrelas só quando o dia tende a cair. mas não posso poupar regras. pois sou o primeiro a quebrá-las. sou isso, sou aquilo. Tenho moedas e por isso compro dengos. rezo por zeus - deus dos aflitos. não há fim, princípio, não existe, igualdade é rala e quando de perdão eu peço, e dizem lá: "lá vai o homem de seis moedas e duas tristezas"! José Kappel
Enviado por José Kappel em 03/03/2020
Alterado em 03/03/2020 |