José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos

Das Buscas
 
Quem busca, às vezes encontra caminhos de pedras, ponteiros de encruzilhadas esmaecidas.

Quem procura acha, a flor, os campos, as montanhas silvestres, apanágio de aves, calabouço de gente, que se perde e não se acha.

Ou quando se acha, vai sem querer de encontro a si mesmo e acha vazios imensos. Depois da festa, bate um arguto arqueiro de três flechas e aponta em cheio para suas esperanças.

Se você guarda um pouco, perde com o tempo, se distrai vendo a champanha passar e o dia raiar nublado e tendencioso.

Quem busca, encontra. Quem encontra, às vezes, se perde no redemoinho que a ele se envolve e o leva aos confins dos fins, lá na última parada do fim do mundo.

Se você já chegou lá, então deve estar em prantos sossegado e tenro, porque, o que a vida tira não coloca no lugar.

Ao contrário, repõe formas diferentes onde preme a solidão e molduras do anteverso.

Se procura, acha.Mas tudo passa ser contraditório. E dentro do contrário você é obrigado a dançar com o caos.

E já se depara, lastimoso, com tudo diferente. As pessoas já se foram e quando você olha em volta, não há mais volta, nem o princípio, nem o fim.

Um tempo, onde nosso confessionário agora é angústia e solidão...
José Kappel
Enviado por José Kappel em 07/06/2020
Alterado em 11/07/2020


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